quarta-feira, 20 de maio de 2009

EFEMÉRIDES

Porque este ano vamos poder ir votar livremente para 3 eleições e porque estamos a comemorar 35 anos de liberdade parece-me ser importante, neste momento, recordar um episódio com 51 anos mas que veio dar esperança a muitos que viviam naquele Portugal amordaçado.

Em 1958, o General Humberto Delgado decidiu avançar para as eleições, que se supunham ser justas, para o cargo de Presidente da República. O seu adversário, escolhido pelo establishment de então, era Américo Thomaz.

A reacção popular à candidatura do General, o entusiasmo criado e a mobilização nunca antes vista que se gerou à sua volta levou a que, no dia das eleições, o poder fascista transformasse em vitória uma derrota anunciada. Thomaz ganhou com 76% dos votos mas o regime já tinha ficado de sobreaviso. Não poderiam haver mais demonstrações da vontade popular.

Foi assim que se alterou a constituição: através de umas reuniões alargadas (e à porta fechada) eram escolhidos candidatos, que posteriormente seriam confirmados através dos votos da Assembleia Nacional (que argumentava ser a única força demonstrativa da vontade de um povo que, sonhavam eles, tinha mais do que se preocupar que com escolhas de candidatos).

O que pensaríamos se hoje alguém tomasse atitude semelhante e nos retirasse a possibilidade de escolher os nossos candidatos? O facto de isso nem sequer nos passar pela cabeça é a prova que a democracia triunfa!

RM

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