Confesso que sinto um profundo repúdio quando sou confrontado, em pleno 25 de Abril, dia da Liberdade e da revolução democrática portuguesa, com bandeiras de Cuba.
É uma afronta a todos os amantes da democracia e do pluralismo que jovens e menos jovens oriundos do partido comunista se pavoneiem com essas bandeiras que não são mais que símbolos de uma ditadura opressiva e asfixiante que tem, durante os últimos 50 anos, oprimido o povo cubano e atrofiado o seu desenvolvimento.
Fidel Castro chegou ao poder há precisamente 50 anos e Cuba assiste agora ao seu Marcelismo: ao Castrismo sem Fidel ou como nós vivemos, ao Salazarismo sem Salazar.
Oiço argumentos que em Cuba a educação e a saúde são de óptima qualidade. Se reconheço que são um exemplo na saúde, em termos de educação, com o controle das forças partidárias das universidades e institutos superiores, todo o crescimento intelectual é amordaçado e a janela de oportunidade de trabalho é profundamente diminuta.
Mas mesmo assim, adoram cartazes e bandeiras do Ché. Quantas dessas pessoas já terão visitado Cuba e sentido, por um dia que fosse, viver num regime assim? Parece que aqueles que se tornaram democratas no ano de 1989 conseguem ainda manter um laço com o seu passado naquela ilha Caribenha.
Até quando vamos permitir que Cuba seja encarada como uma ilha imperialista anti-americana ao invés de a olharmos como realmente é? Até quando aceitaremos que o mal do povo Cubano não são as decisões erradas de Fidel, mas sim o embargo dos norte americanos? Até quando continuaremos a saudar Cuba em jornais e revistas quando, na ilha, tudo é devidamente censurado?
RM
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